domingo, 23 de dezembro de 2007

Lembranças de Natal

Eu sempre disse que Natal sempre teve um cheiro. Não sei definí-lo, mas poderia adivinhar que é Natal, apenas pelo cheiro.

O Natal me lembra da minha infância, saltitante pela casa, esperando o Papai Noel, reclamando com a minha mãe por me dar um pedaço muito pequeno de rabanada, assistindo aos amigos secretos, até ouvir aquele barulhão em um canto oposto do apartamento da minha tia e sair correndo em busca dos meus presentes, sem nem mesmo notar que tinha alguém faltando pelas redondezas.
O tempo passou, eu fui crescendo, e certo dia, deitada no colo da minha irmã, ouvi que Papai Noel não existia, enquanto ela afagava os meus cabelos e me dizia coisas doces e eu sentia as minhas lágrimas escorrerem pelo meu rosto mesmo sem querer. Essa lembrança eu tenho guardada como sendo a de minha primeira desilusão. Claro que eu superei isso, passei a fazer parte dos amigos secretos, sinal de que já estava ficando mocinha.
Me lembro das mesas cheias, rangendo com o peso das travessas cheias, o burburinho e as conversas alegres, os especiais na televisão, nenhum naquela época dedicado as crianças me lembro inclusive das palhaçadas.
Aconteceram algumas perdas, e a população na mesa acabou reduzindo. Tivemos alguns Natais desanimados, mas criamos maneiras de nos animar, provando que nenhuma dor é pra sempre, e incrivelmente acabamos nos unindo. Não tenho recordação de nenhum momento ruim, esses a gente faz questão de bloquear na memória.
Cada ano que passa eu posso notar que tenho aprendido muito, e me orgulho de estar onde estou e de ser quem eu sou. Aproveito a pureza e a paz em que as pessoas se encontram, agradeço pelos momentos bons e a cada ano acabo chorando mais, por todas as lembranças, por coisas que aconteceram ao longo do ano e que eu sei que acabarão marcando a minha vida. Me permito chorar, pois o choro dessa época é um choro de renovação.
E quanto à mesa estar ficando cada vez com menos gente...
Tenho uma ótima intuição de que ela tende a aumentar :D

Desejo a todos um Natal iluminado, e que 2008 possa ser para todos nós um ano maravilhosamente bom.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Gastando Atitude

De uns tempos pra cá, eu tenho visto "atitudes" surgirem com muito mais frequência.
Olhando de primeira, parece uma coisa incrível: todos resolveram agir e mudar o que lhes incomoda. Mas que maraviiilha, minha filha! O mundo vai mudar!
Infelizmente, não é isso que tem acontecido. O que eu tenho visto, na verdade tem me soado muito como uma campanha política ou algo do gênero.
Normalmente, a idéia que ser faz sobre ter atitude, é argumentar e discutir para conseguir algo, fora do alcance momentâneo, é questionar quando o fato é duvidoso, é ver algo errado e tentar mudar, defender as idéias, dar uma chance... Enfim, ter atitude era algo perfeitamente admirável.
Agora, tomar tal achocolatado é ter atitude, olhar de esguelha é ter atitude, usar aquela marca que está em alta então... Nem brincaa! Atitude total!
Atitude anda circulando tanto em propagandas com musiquinhas decoráveis, em outdoors berrantes e em portas de boteco, que o fato de ter atitude não atrai em mais nada.
Alienação tem vindo disfarçada de atitude, e acredito que hoje em dia, pra se ter atitude basta ser inteligente ;)

domingo, 9 de dezembro de 2007

Sintaxe a vontade

Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto e indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas
e estar entre vírgulas pode ser aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua verdade,sua fé
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não
que enxerguemos o fato
de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contra-capa
mas ser a capa e ser contra-capa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
pode ser também encontrar-se com Deus
com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro

Letra: O Teatro Mágico

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Falar de amor não é amar...

Assim como falar de choro não é chorar, como falar de comida não é comer, pensar em fazer não é fazer.
Falar de amor não é amar, e pronto!
Eu poderia vir aqui e falar por horas de como você se sente quando ama alguém, das borboletas no estômago, a sensação de ter algo gelado escorrendo dentro de si, as mãos suadas e trêmulas, as pernas inexplicavelmente virarem marshmallow, a cara de bobo... Eu poderia descrever cada um desses sentimentos e acontecimentos claramente, como se eu os estivesse sentindo nesse exato momento.
Posso dizer que o amor é fogo, é luz, acende, queima, consome e deixa perdido. O sorriso se abre, a idolatria cega surge e o orgulho some. A magia do amor se assemelha a borboletas beijando suavemente as mais delicadas flores do campo (e eu nunca imaginei que eu pudesse ser tão cafona...). O poder do amor desloca rios, destrói barreiras e tudo é mais lindo.
Qualquer um pode pegar um banquinho, sentar e declamar para o mundo o que é o amor, mas muitas vezes, ninguém põe isso em prática. Palavras bonitas não são nada sem o calor das mãos, e gostar apenas do amor não faz de ninguém um amante notável.
Qualquer um define o amor com precisão, e cada um com suas próprias palavras, e acabam se enganando, pois definições boas não mudam fatos, e nunca serão complexas como qualquer sentimento.
Falar de amor não é falar com amor.

Não há nada como um olhar transparente, a cumplicidade, a amizade e a confiança que surgem de algo simples, tão reconhecidos no amor que é sentido de fato.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Respire, inspire-se

Não é estranho como as coisas simplesmente surgem na nossa cabeça??
Uma foto antiga desperta lembranças quase esquecidas, as quais muitas vezes você luta pra tirar da cabeça. Um ursinho de pelúcia está associado à infância, uma bota está relacionada com aquele amargo pé na bunda.
Mais estranha ainda é a inspiração.
Eu definiria inspiração como um artifício extremamente bizarro e ao mesmo tempo fantástico de nossas mentes.
É inexplicável o fato de você olhar para um tapete estendido no chão, uma panela quente, uma cortina voando pra fora da janela no ritmo do vento e isso fazer idéias brotarem na sua cabeça, como uma respiração, formando-se lentamente e se espalhando, a partir de um objeto ou uma ação que para outras pessoas pode ser insignificante.
As luzes da cidade se acendem, como as idéias em nossas mentes. Com o tempo, o tapete fica puído, a panela quente acaba esfriando. O vento muda a direção e a cortina volta para o lugar. Ao contrário desses objetos, a insporação continua vindo, as idéias ficam. Vão, voam e voltam.
E mais do que isso: a inspiração se renova a cada dia, e surpreende, nos vindo nas horas mais incertas.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Soneto da Separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinicius de Moraes

*-*
Vinicius de Moraes... o cara é maaaster =)

domingo, 18 de novembro de 2007

Sorriaa!!!

"Sorria, mesmo que tenha que esconder no fundo da alma a dor que o mundo desconhece.

Pois sorrindo não dará aos teus inimigos a felicidade de te ver triste, mais dará aos teus amigos a felicidade de te ver sempre feliz!"


(que fique bem claro que não é da minha autoria, ok? ;)



quinta-feira, 15 de novembro de 2007

conhecimento

Nesse momento, em algum lugar, tem alguém respirando pela primeira vez.
Tem alguém chorando de alegria, de desespero, de dor. Tem alguém pensando, tem alguém desistindo, aluguém se mudando de casa, alguém gritando.
Tem alguém se lembrando do que não deve, tem gente no escuro, rindo de se acabar. Tem alguém tentando afastar o medo, tem gente cantando, tem gente olhando pela janela, comprando uma flor, andando pela rua sem saber onde ir.

Tem gente ficando doente, gente fazendo um pedido pra uma estrela, desesperados por não acreditar em mais nada. Tem gente perdendo ou ganhando, abraçando ou levando um tapa. Tem gente só f******, tem gente fazendo amor e pensando em outra pessoa, tem gente se arrependendo e tem gente tentando esquecer.

O que quero dizer, é que o ser humano foi feito para na maioria das vezes olhar para dentro de si mesmo.
Todos nós temos a mania de achar que os nossos problemas são sempre os maiores do mundo, esquecendo que pelo mundo, há gente em situação bem pior.
Pertencemos a uma raça egoísta, que pensa que o mundo não é maior que a nossa casa ou os lugares que frequentamos.
Há poucos seres solidários, e mesmo eles não estão nem perto de fazer tudo o que deveria ter feito.
Não é culpa nossa, a nossa natureza nos fez imperfeitos.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Amores (im)Perfeitos

E de repente você está sentado embaixo de um guarda-sol, tomando sorvete de banana, conversando distraidamente com um ou dois amigos quando ele passa: O ser magnânimo divino perfeito.
Aquele que você sonhava desde os tempos que sonhava com o príncipe encantado, o pai da sua boneca mais querida.
Ali a tãos poucos metros de distância, seu sonho, o cara perfeito.

Aí poderiam ter colocado naftalina no seu sorvete, poderiam ter trocado o mesmo por GRAXA, e você nem ia perceber. Sua baba escorre lentamente, sua mente e seu mundo param. E tudo ao redor perde o sentido.
A partir daí começa a fase de escravidão total a sua alma gêmea. O seu mundo gira ao redor dessa pessoa, você vive e respira por ela.
Tudo o que você faz é com o intuito de descobrir mais coisas sobre a alma gêmea. Onde mora, com quem anda, onde trabalha, que horas entra, que horas sai...

Depois de todas as fontes interrogadas e todas as informações arrecadadas, por um milagre vocês conseguem se aproximar.
Bingo, a felicidade bate a sua porta, e você nunca mais vai chorar.
Mas aí, você descobre algo.
Uma coisa que você nunca imaginou: Essa pessoa tem defeitos.
E isso é inaceitável, ele era perfeito!!
Você descobre que ele tem um tique nervoso horripilante, sofre de varizes, que tem bafo e usa peruca.

Assim, chega a fase da desilusão, você tenta acreditar que a pessoa não é culpada por essas coisas, enxerga que a culpa é sua, mas mesmo assim. Poxa! Eu tinha tanta certeza que dessa vez ia dar certo!!
E de repente, a epifania: Nada daquilo era verdade. Foi tudo um jogo, uma realidade que as vezes insistimos em criar para nos fazermos felizes.

E muitas vezes, é melhor a gente conversar com um ou dois amigos, debaixo do guarda sol, tomando sorvete de banana, sem olhar pros lados.

Com as paixões arrebatadoras, muitas vezes nos tornamos seres patéticos e com os olhos toldados. Não enxergamos as coisas mais óbvias, não percebemos que TODOS erram e têm defeitos, e a aceitação é muito mais difícil quando é alguém que aprendemos a idealizar.
Iludidos, acreditamos que a felicidade veio dessa vez, e nos fechamos somente nisso, sem saber que esse caminho NUNCA dará certo.


quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Sapos Enganados

E quando as pessoas resolvem brigar conosco?
Por nossas decisões, por nosso jeito de ser, pelo modo como falamos, por nosso comportamento...
Há dias em que pessoas fazem isso e há pessoas que fazem isso todos os dias, simplesmente temos que nos acostumar.
O que não podemos deixar de destacar, é a maneira de como reagimos a esse tipo de atitude.
Suponhamos que a pessoa que chega dando bronca e questionando nossas ações esteja totalmente errada, querendo causar um incêncio mesmo.
Suponhamos que essa pessoa tenha prazer em encher o saco dos outros, e apenas isso.

Algumas pessoas reagirão de uma maneira que as defenda, como dar uma resposta seca, mandar para um lugar feio, usar de ironia.
Ou seja, não vão engolir sapo.
Outras pessoas terão reações parecidas com as citadas acima, porém somente em suas mentes.
Planejarão falar grosso, mas não dirão absolutamente nada.
Por terem medo de não serem aceitas, ou talvez de criarem uma briga, por medo de parecerem cruéis e com isso acabar queimando a imagem imaculadamente perfeita que criam em volta de si.

Convenhamos que a primeira pessoa, a que vai chingar, chutar o pau da barraca, obviamente vai ficar com fama de esquentado, e etc.
E o que ficar quieto vai ser um poço de paciência, fazendo de tudo para manter a sua doçura e sua fama de bonzinho.
Mas será que é bom ser sempre paciente?
Uma pessoa assim está propensa a ser usada como burro de carga, já que nunca se irrita com nada.
E vale ressaltar aqui que fama de bonzinho também nem é assim tão legal...


Engolir sapos não significa que vamos ser pessoas mais legais, pessoas boazinhas.


Se falamos, dizemos o que pensamos sem ter papas na língua, acabamos sendo grossos.
Se evitamos pessoas porque simplesmente não gostamos de uma pessoa e a nossa palavra de ordem não é hipocresia, somos anti sociais.
Se somos sinceros, magoamos.
Por isso uma pessoa sempre sincera acaba tendo fama.
Fama de grossa, de mal amada, de sem graça...

Aí decidimos ser mentirosos, dizer que aquela calça amarela é liiinda. Sim, agradamos uma vez
Dizemos que o namorado dela é uma gracinha, mesmo parecendo um operário que esqueceu de tirar o capacete. Somos uns anjos!
Somos simpáticos, falando que a pessoa está mais magra, mesmo as banhas saindo pelos lugares mais imporopícios. Nossa! Nós fomos tão legais!!
"aaai, te adoro, sabia?"
"Também te adoro!" (mesmo você sendo um bosta perdedor...)
Isso! estamos atingindo o caminho da perfeição! Seremos queridos, perfeitos, maravilhosamente populares!

Mesmo sabendo que tudo que dizemos é mentira.
Puuro luxo?
Eu diria pura hipocrisia.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

cabelos bagunçados e defeitos

Por que é que as pessoas cismam em reparar no que fazemos e em como nos comportamos?

Isso é ridículo!! Será que a mãe dessas pessoas nunca as ensinou a cuidar de suas próprias vidas?
Hoje mesmo, eu estava conversando normalmente com um amigo, sem sequer incomodar ninguém, porque eu nem falava em tom de voz elevado, nem atrapalhava a passagem, e não havia matéria nenhuma para ser copiada-decorada. Ou seja: estava na minha.
De repente, eu ouço o infeliz comentário de uma pessoa, uma terceira pessoa, que não fazia parte da conversa, e naquele momento nem seria convidada a participar, de que "pentear o cabelo as vezes era bom."
Ele havia SIM acordado meio espetado, elétrico. Tive uma pequena luta com ele de manhã, mas ele tem vontade própria, e eu perdi a batalha.

eu pergunto aqui: Que diabo eu ia fazer comigo, se o meu cabelo não me obedecia? Me matar?
Eu não estava nem ligando pro meu cabelo.
Só fiquei com a pulga atrás da orelha como sobre as pessoas insistem em comentar sobre os defeitos alheios. Será que essa pessoa nunca acordou com um bad hair day?
Será que nunca teve olheiras, nunca ficou sem dormir em uma noite de calor?

Eu sempre vi as pessoas de um modo que não me faz importar o modo como ela se veste, ou o jeito como anda. As pessoas tem cérebros e sentimentos. E não são feitas das coisas que usam ou do modo de falar que criam.
Eu costumo não criticar os defeitos irrecuperáveis das pessoas, como por exemplo uma roupa mais surrada. As pessoas tem o direito de ser aquilo que são, do mesmo jeito que usar aquilo que querem.
Ninguém é tão perfeito que nunca tenha errado.

Protesto pela liberdade! Pelo "ser o que você quiser"!
Coma goiabada com queijo no intervalo de aula. Deixe os outros rirem.
Fale besteiras com seus amigos e ria alto. Os outros que olhem feio!
não deixe de fazer uma trança no cabelo porque alguém disse que é cafona. Mostre-lhe a língua.

Não se prender com a provável discordância de um Zé ninguém, provavelmente mal amado, que enxerga a vida em escala de cinza, é a superação.
Ainda mais quando vc concorda com a pessoa, assume o seu "defeito-irrecuperável-que-te-desanima-a-ponto-de-se-ter-uma-falsa-vontade-de-morrer-afogado-com- garoa", e vira uma pessoa com defeitos, porém feliz.

Quanto ao meu cabelo...
Tava ruim mesmo.
se eu não me importava, O que é que os outros tinham com isso?
Deixarei a cargo da pessoa que fez o comentário morrer de vergonha por mim, criar rugas no rosto dela por isso.
Eu não estou nem ligando.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O Bem e o Não Tão Bem

Passando boa parte do tempo tentando ser uma pessoa boa, tentando fazer o máximo de pessoas sorrir.
Acreditando que se fosse assim, eu teria paz na minha vida.
Claro! Foi isso que eu aprendi, era isso que os livros de contos de fadas diziam, poxa! Não tinha nada que fosse mais preciso do que uma história que acabava com "e eles viveram felizes para sempre".

A bruxa gorda e feia que nem o capeta sempre tentava arruinar a vida dos protagonistas de olhos azuis, pele branca e lisa e corpos perfeitos. Ela tentava, as vezes obtia êxito, mas o bem sempre triunfava o mal, e da bruxa restava somente o pó, a história pra contar... Quando muito uma marca de fogo em uma parede.
Mas aí, depois de algum tempo, talvez até um pouco tarde demais, eu aprendi que o "viver feliz pra sempre" não existe, porque como disse uma sábia cantora, o pra sempre sempre acaba.
E talvez o "ser feliz" também seja uma coisa somente de contos de fadas.
Quando é que pode se ouvir que uma pessoa é feliz de fato? Quando ela tem sucesso no que faz, diriam uns.
Quando essa pessoa namora, diriam outros.
Felicidade também é incerta. E eu acredito que também ela não seja durável. Pois não, ela é um sentimento, e sentimentos são incertos. Muito incertos.

Depois dessa viagem de pensamentos, cheguei a conclusão de que eu sempre fui uma pessoa boa.
Nãão que eu nunca tivesse errado, e que nunca tivesse feito mal pra ninguém, porque eu sou humana, e erros humanos são frequentes e isso é fato.
O que eu quero dizer é que eu sempre tive paciência com os outros, que sempre os tratei bem, mesmo quando estava me sentindo mal, afinal, ninguém era culpado pela minha vida não estar correndo no caminho certo.
Sempre ouvi as pessoas e seus problemas, e frequentemente era procurada pra dar conselhos.
Gosto de fazer isso, é instinto.
Sempre aceitei os erros e os defeitos de todos, afinal eu também os tenho.
Cheguei a perdoar mancadas, talvez por amor mesmo. Cheguei a pedir desculpas quando eu estava certa.

E a minha consciência, talvez o lado obscuro dela, só conseguia me perguntar "e o que foi que você ganhou sendo assim?".
Eu ri ao me perguntar isso, porque eu nunca havia ganhado nada.
Nenhum Nobel da paz, nem uma medalha de honra ao mérito sequer.
Se quer saber, eu não cheguei nem a ganhar um desconto de cinquenta centavos na padaria.
Antes de virar uma revoltada com a vida e sair pela rua amarrando latinhas em rabo de gato pra compensar todo o mal que eu não fiz, eu resolvi agir com a razão.
Eu via cenas da minha vida, coisas que eu não fiz porque eu fiquei com medo de ferir pessoas e até mesmo com receio de fazer e as pessoas ficarem pensando errado sobre a minha conduta.

Perdi diversas oportunidades com esses pensamentos e eu ouso dizer que eu poderia ter uma outra vida totalmente diferente da que eu tenho hoje devido a isso.
Como chorar sobre o leite derramado não o faz voltar pra garrafa, eu resolvi que não ia mais ser como era.
E como eu já disse, não vou tentar sair compensando o mal que eu não fiz, pois não espero ser uma pessoa má.
Eu apenas farei as coisas do modo que eu penso que elas devem ser.
Não perderei mais oportunidades com medo de ferir pessoas que as vezes eu nem conheço.
Agirei por mim.
Já tive o aviso de que agindo assim, arrependimentos maiores poderão surgir.
Não interessa.
Assim eu descubro se o inferno existe de fato.

domingo, 23 de setembro de 2007

Os fins e recomeços

O amor acaba.

Acaba depois de uma epifania, virando a esquina da padaria, atravessando a rua.
Acaba assim que um beijo termina, desiludido por não ser aquilo que se esperava. Acaba depois de fumar um cigarro, depois de ser desiludido, descoberto.
O amor acaba quando os olhos se abrem, quando a frieza domina, quando as cores não vibram na alegria, na desilusão de uma perda, na obstrução de um limite. Acaba depois de uma noite de lágrimas, uma manhã de cara inchada, depois de um grito de ódio e um estrondo de destruição.
Acaba depois de uma descoberta, daquelas que te deixam de olhos arregalados. O amor acaba depois de muito sofrimento, depois de travadas inúmeras guerras internas, muitos gritos, depois de muitas caretas.
O sorvete num dia ensolarado derrete, as fotos amareladas somem, as lembranças se rasgam como um véu finíssimo, embrulhadas por braços invisíveis.

Tudo fica pra trás, tudo muda.
O ano não é mais o ano passado e isso por muitas vezes não funcionou como um consolo, por muitas vezes o desejo de que fosse o ano passado assustou, mas era real. Completamente real.
O pensamento de que se era feliz naquela época faz o amor de hoje parecer patético, fraco. Os sorrisos parecem tão falsos...
Em outros braços, outras bocas, outros sentidos. Correndo em desespero debaixo da chuva, chorando aquele choro que se contorce o rosto sem querer, quase atropelada. Fugindo do amor que sentia, que a dominava, que a amedrontava.
Mais gritos, dessa vez com seus iguais, com pessoas que não concordavam uma flagelação daquele tamanho, acalentando o sentimento como se fosse uma frágil criança, sozinha. Achando o brilho no olhar, no olhar que não era dela. A saudade por vezes jurou que ia matá-la em alguma noite perdida, revoltada por seus próprios sentimentos, tentativas infundadas.
Tentativas infundadas de tentar se perder em outros braços, dando um amor que outras pessoas nunca entenderiam, e que por não ser delas, não se encaixou. Fria. Frio. Tarde demais.

Caindo sentada no meio do nada, de joelhos implorando para que tudo aquilo acabasse. Implorou tanto que acabou.
Acabou.
Silêncio. Fim.
O amor acaba por cansaço.
O amor acaba tão somente pelas pessoas acreditarem em uma perfeição que não existe, criando assim desilusões e consequentemente, o fim de um amor que poderia ter sido maravilhoso. Mas ele não aconteceu!
A cada dia que passa eu me decepciono mais, com a forma egoísta de amor.
Com a espera de receber algo em troca.
Cada vez menos amor
Cada vez mais fim do amor.
A todo minuto o amor acaba, a verdade acontece.
A cada minuto a verdade se esquece
E o amor tem uma chance de recomeçar
A cada segundo.

[inspirado no texto "O amor acaba" de Paulo Mendes Campos]

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Sobre Sentir Saudade.

EEram duas e pouco da tarde, e eu resolvi tomar um banho.

Não é o que se pode chamar de acontecimento extraordinário, mas o relato tem que começar de algum jeito, não?


Eu tinha muita coisa rondando a minha cabeça, muita coisa que não deveria estar rondando. Então resolvi tomar o raio do banho.
E a música da Joss Stone tocando (certo, cortaram a merda do refrão no meio, os caras conseguem estragar uma música boa ¬¬'), e eu lá, de repente eu lembrei de um certo dia da minha viagem, eu também estava no banho.
A água caía quente e logo depois ligeiramente mais fria, pra em seguida recomeçar a esquentar... não era o que se pode chamar de uma sensação boa, mas eu estava no banho justamente porque era uma das coisas que eu fazia quando me sentia mal.

Pensava em como as coisas são estranhas, em como a vida acaba pregando peças...
Todo o mundo fala que cada minuto tem que ser vivido como o ultimo, e que sempre se deve deixar as pessoas que se ama deixando o seu amor bem claro, porque pode ser a última vez que as vemos.
Eu sempre dei muito valor a essas palavras, o problema é que poucas as vezes foram as que eu coloquei isso em prática.
Não que fosse tarde, eu estava a quilometros de distância das pessoas que mais me importavam, praticamente do outro lado do mundo, com um monte de terra desconhecida e água nos separando. Confesso que a maioria do tempo eu tentava manter a minha cabeça distraída com alguma coisa, de preferência que não me lembrasse de ninguém.
Fazia isso pra não pirar, porque me doía a falta que aquelas pessoas me faziam.

Concluí que a saudade do outro lado do mundo é diferente da que sentimos aqui.
Lá ela também é inconveniente e surge com apenas um olhar para uma coisa, uma pessoa ou uma ação que lembra alguém, mas quando você está aqui, você sabe que a pessoa está vivendo a vida dela, está sorrindo e andando, ou talvez até mesmo em casa, mas sabe, tem a certeza de que ela está debaixo do mesmo céu que você.
Onde eu estava, naquele momento, eu não sabia se determinada pessoa estava feliz ou triste, se lembrava de mim ou se estava ocupada demais pra isso, a comunicação era bem mais complicada, as horas não eram as mesmas, as vidas pareciam tão distantes...

"Falta pouco agora, e você não tem notícias de alguém que morreu por sentir saudade..." a voz na minha cabeça, aquela que sempre me ajudava dizia incessantemente, e a palavra saudade continuava reboando na minha cabeça quando eu sorri e deixei a sensação se apossar de mim.
Aquela sensação que eu havia me acostumado a sentir e que na maioria das vezes tinha sido minha amiga, que apesar de ser um pouco incômoda, era aceitável e chegava até mesmo a ser bonita.

E então eu desliguei o chuveiro e ainda sorrindo, eu tive a certeza de que voltaria a mesma, mas muito diferente. E naquele momento eu lembrei que em breve eu estaria em casa.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

como sumir.

Encarando a parede lilás recém pintada, ela pensava:
"diaabos! por que é que eu simplesmente não posso sumir?"
Então ela se remexeu, encostou os pés na parede, e quis sumir de novo. A cena se repetiu mais umas três vezes, até uma música lenta começar a soar e ela sentir uma força incomum se apoderar dela.
Não era nenhuma vontade de gritar, nem de quebrar coisas, como das outras vezes. Sentiu vontade de fechar os olhos, e foi isso que fez, contrariando a sua consciência martelar dentro dela, tentando avisar que ela tinha milhares de coisas para fazer.

Ouvindo os acordes suaves, ela pode ver uma cena antiga, quase que feita em sépia. Uma mão sendo beijada, uma dança, um vestido que com certeza era mais antigo do que ela. Viu coisas que ela sabia não pertencerem a sua vida atual e que ela não tinha idéia de como haviam surgido em sua cabeça.

Enquanto o cisne a deixava com uma tristeza sem igual no olhar, ela se balançava de um lado para o outro, enxergando através de paredes feitas de vidro, onde todas as pessoas pareciam ter fios dourados interligando-se.

Enquanto ela via salões de baile e borboletas luminescentes passando pela sua cena, a música seguia lenta e triste, e ela punha seus maiores desejos em tudo aquilo, longe e longe da realidade.
Tentando prolongar o devaneio, porque seu instinto avisava que no final dele, todos os seus medos e os seus problemas estariam a sua espera.

Mas enquanto ela não os reencontrava, ela bordava estrelas no céu, e andava por sobre as nuvens: Havia encontrado a sua maneira de sumir do mundo, pelo menos por alguns breves instantes.
Instantes que comportariam outras vidas...

sábado, 25 de agosto de 2007

Noturno

sabe que eu já nem sei mais o que pensar?
talvez pq seja tarde da noite e por isso todos os meus problemas, sejam eles novos ou antigos resolvam tomar uma proporção maior.
talvez pq eu já esteja cheia de medo de ver as coisas acontecendo diante dos meus olhos e de que eu simplesmente tenha que aceitar.
Talvez porque eu já tenha ignorado meus medos dentro de mim por muito tempo, e as sombras a essa hora pareçam tão ameaçadoras

Talvez porque ao mesmo tempo que a noite me consola, ela me amedronta. Ao mesmo tempo que eu pareço longe, eu pareço perdida.
Porque tudo o que eu estou vendo passar por mim esteja sendo alegre, mas ao mesmo tempo estranho, surreal, aquela velha história do bom demais pra estar acontecendo comigo.
e a noite se esvai, os segundos de sereno escorrem pelas paredes externas.
e amanhã de manhã o sol brilhará da mesma forma que brilhou hoje, porém o dia não será o mesmo.
e assim todos os medos se tornarão insignificantes, se escondendo e espreitando, à espera do cair da próxima noite.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

att.

Não vim aqui para te bajular
Para dizer que você é celestial
Ou indescritivelmente angelical.

VIm aqui para dizer
O quanto desejo você
Do fundo do meu coração,
Um pedido de socorro
Vindo da solidão.

Quero passar com você
Os melhores momentos das minha vida.
Quero te abraçar com se fosse a ultima vez,
Te beijar tão intensamente que pareceria cinema,
Dar risada das coisas futeis da vida
Deitado em seu colo.

Passar agradáveis tardes junto com você
Aonde as preocupações da vida deixam de existir
E magicamente o tempo para de nos preocupar.
Andar de mãos dadas para qualquer direção,
Sem ligar para nada ao redor,
Apenas seguindo para onde o vento levar
Porque sei que não importa aonde seja
Com você do lado me sinto muito bem,
Como se não precisasse de mais nada para viver
.

Apenas uma pequena atualização... voltando de viagem agora e sem tempo, por isso
uma poesia com direitos autorais.
o Erik que fez. eu piro com isso.
e vc que lê o meu blog (vc existe? haushuHASUAS duvidooo) pode colaborar com sua letra de musica, poesia, texto, indagação e etc
até breve ^^

sábado, 14 de julho de 2007

Ato de Coragem

Abriu a porta violentamente, o vento a ajudou nessa tarefa.
Não havia problemas. A uma hora dessas ele estaria em seu quarto dormindo como um anjo, como ela já havia visto tantas vezes.
A chuva caía e não parecia ter vontade de parar, e o vento praticamente gritava.
escolhera uma noite de tempestade justamente porque o conhecia, sabia que ele dormia sem preocupações quando ouvia o barulho da tempestade.
Encostou na porta agora fechada, respirando profundamente. Estava molhada até os ossos. Escorregou alguns centímetros enquanto guardava a chave reserva da casa em sua bolsa.
Seria mais difícil do que ela imaginava. Mas sua determinação estava clara: iria até o fim.
Abaixou o capuz no momento em que um relâmpago cortava o céu na vidraça da frente. O lampejo revelou uma garota pálida de cabelos ruivos cacheados, que lhe caíam até o meio das costas, agora molhados.
Era jovem, e em seus olhos azuis angelicais, parecia haver um brilho demoníaco.
Respirou com força mais uma vez. Tirou o casaco que pesava sobre seus ombros, mais pesado do que de costume por causa da água.
Se encaminhou para as escadas da casa depois de revirar um dos bolsos do casaco, que agora jazia disforme no chão. Subiu pé ante pé, desviando dos pontos que ela sabia que rangiam, só por precaução.

Dois anos eram suficientes para ela conhecer cada canto daquela casa, até mesmo para andar no escuro, como ela fazia no momento. Era fácil, considerando que o número de raios aumentava cada vez mais, e que a casa era cheia de janelas.
Milhões de cenas invadiam sua cabeça a cada passo, milhares de momentos passados, e por fim terminados, depois de dois longos anos.
Era por culpa dela, dizia ele, que as coisas não podiam andar. Mas ela sabia que devia haver uma outra coisa, um outro motivo. E era por isso que estava lá naquela noite.
As lembranças ainda não haviam parado de circular pela sua mente quando ela encostou sua mão enluvada na maçaneta da porta e a girou.
Sentiu a presença dele no aposento, antes mesmo de ve-lo deitado em sua cama, o corpo perfeitamente desenhado embaixo do lençol.
Outro relâmpago cortou o céu, e um trovão ensurdecedor invadiu o quarto. Ele se mexeu tranquilamente.
Ela sorriu meigamente, sua cara de anjo perdeu por breves instantes os traços malignos que continham naquela madrugada.
Ela olhou para os lados furiosamente, os cabelos espirrando água, procurando febrilmente pela outra mulher. Mas não havia ninguém, ninguém.
Palavras ecoavam em sua mente. Era a voz dele que dizia "há uma outra pessoa". Ou seria a voz dela?

Apertou o objeto em sua mão com mais força, e se encaminhou em direção a cama, onde ele começava a ressonar.
Sentou-se ao lado dele e admirou o seu rosto de perfil.
Tinha que prosseguir agora, não podia mudar o final dessa história, eles já haviam decidido assim.
Olhou para suas mãos e respirou profundamente mais uma vez.
Tomou coragem e colocou no peito dele com um pouco mais de força do que pretendia.
"Se eu continuasse com isso, eu enlouqueceria. Cuide bem dela." ela sussurrou no ouvido dele.
Levantou-se, e saindo devagar para não acordá-lo, deixou os dois sozinhos no quarto.
Ele e a aliança que um dia tinha pertencido a ela.


[beautiful day- u2]
ps: Valeo pela ajuda Erik...
adoroteeee ^^
Teremos um final alternativooo???
:**

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Carta Satisfatória

" Olá!
Venho através desta agradecer tudo o que você fez por mim.
Toda a sua preocupação em não se demonstrar preocupado foi a coisa mais linda que alguém poderia fazer por mim.
E já que você tem demonstrado estar preocupado comigo depois de tudo o que aconteceu entre nós, eu te direi que eu tenho conseguido andar com meus próprios pés, te direi que consigo até mesmo sorrir.
Eu aprendi a ver o quanto você me fez bem, o quanto me ensinou. Você me ensinou a ser forte, a dizer o que penso, me ensinou a ser espontânea.
Os dias que passamos juntos foram os melhores que eu já vivi em toda a minha vida.
Eu nunca sorri tanto como sorri ao seu lado. Nenhuma pessoa nunca me fez tão feliz, nem nunca me fizeram me sentir tão linda como você me fez.
Eu fecho os olhos e posso sentir o seu cheio, abro a minha mente e posso ouvir a sua voz ecoar por toda a minha cabeça, fazendo o meu coração estremecer.
Me lembro de como você me orientava docemente, de como pegava a minha mão e me conduzia pelo caminho certo quando eu errava.

Todas as coisas que você sentia por mim e não falava. Eu posso senti-las.
Mas as coisas boas parecem sempre chegar ao fim, como o nosso relacionamento não podia ser diferente.
As coisas pareceram conspirar contra nós. Ou foi a sua falta de vontade mesmo.
Você se foi. E desde que você se foi o meu mundo está em pedaços.
Desde que você se foi eu não enxergo o mundo como ele deve ser.
As cores da minha vida sumiram.
Desde que você se foi eu tenho que procurar os pedaços do meu coração espalhados por aí.
Mas você me ensinou diversas coisas, e eu só tenho a te agradecer por isso.

E dentre todas as coisas que aprendi com você,
tenho que te agradecer por uma em especial
você me ensinou a mentir. E mentir foi o que eu mais fiz escrevendo essa carta.
As pessoas se comportam estranhamente quando estão apaixonadas.
Também pelo fato de se olharem com olhinhos de peixe morto, e se comportarem como verdadeiras crianças (esse comportamento eu não abomino, não), e se manterem vigilantes a cada nova pessoa que aparece da vida do amado (a). Isso é praticamente normal se tratando de amor.

Acho estranho a maneira como tratam o tempo.
Também não é a mania de contar os dias e as horas que passam juntos, e não os momentos. Isso também já é clichê.

É a forma como os apaixonados tratam as coisas: como se elas não fossem acabar.
Um tal de "te amo eternamente", "nós dois pra sempre juntos", "eu nunca vou te deixar"... e todo um blablablá sobre um suposto amor que supostamente vai durar pra sempre, mas não vai.
O amor eterno dura dois dias.
O nunca vou te deixar vira eu te deixei no instante seguinte que disse isso.
Todas as frases praticamente enfáticas e excitantes viram lixo alguns dias depois.
Tudo o que se disse se perde no ar, fica na lembrança, no máximo.

não é uma campanha de estrague a sua vida: beba, fume e não ligue pro amor dos outros. É, na verdade, a realidade sobre como as coisas funcionam. Amor não se cria de um dia para o outro, amor se constrói com um cimento que se chama tempo.
É também uma forma de rever os conceitos sobre dizer "eu te amo", não importa com qual advérbio de tempo longamente futuro na frente, hoje em dia se dá bom dia para a mãe, e se diz "te amo" pro padeiro.

Se trata de uma ligeira confusão se sentimentos também.Uma ligeira confusão ente amor e paixão. Amor acontece com o tempo, quando você sabe que aquela pessoa é bonita por dentro, quando você sente vontade de dizer coisas bonitas a essa pessoa, mesmo não vendo como. Paixão acontece com mais intensidade, com mais loucura, dá vontade de falar que vai amar pra sempre.

Mas não funciona assim.
Paixão vai embora do mesmo jeito que vem. Amor fica durante tempos. Paixão desiste, o amor vai adiante, criando esperanças sabe-se de onde.
Paixão é te amo eternamente, e vc não tem defeitos.
Amor é te amo incondicionalmente, apesar de vc ter defeitos.

Diga te amo quando tiver certeza. SIM! Não dói se expressar, as pessoas se sentem bem com isso.
Mas olhe bem para quem dirá, diga pra quem realmente te importa.
E tente não colocar até quando depois da frase. Ela já é linda do jeito que é.



= surto psicótico
[ouvindo Yellowcard - Believe.]