quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Desapego


Novamente, acordei como se não tivesse parado de pensar por um segundo sequer enquanto dormia, sentindo a mente cansada, e pior: sem encontrar uma saída satisfatória, apenas portas de fuga que não me levavam a lugar nenhum.
Andei por aí mais uma vez, sem rumo, sem conversa, sem sorrir e dessas últimas vezes, sem nem mesmo lembrar.
E os meus passos me diziam que não estava acontecendo nada, enquanto minha consciência pedia baixinho pra eu voltar.
Não era nada, mas eu estava queimando cada carta que antes foi uma jogada tão bem planejada.
Não era nada, e eu rasgava com as mãos crispadas e trêmulas de raiva cada vestígio seu, cada foto que não tiramos era arremessada ao vento.
Não era nada, mas a cada momento de desespero se denunciava um pouco mais, enquanto cada memória sobre você ia assumindo um tom de sépia. Envelhecidas.
Sabia o que era agora, sentia a presença dele, estava encostado no batente da porta, nem de um lado, nem de outro. O desapego observava a minha raiva se esvair em lágrimas, para então me levantar, pegar a minha mão e dizer que era hora de deixar tudo pra trás.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Carta de localização


Ei, você! Eu nem sei seu nome direito, nem sei se algum dia me dei ao trabalho de perguntar. Se te perguntei, infelizmente não me dei ao trabalho de guardá-lo.
Acho melhor você sentar. Não me estranhe, na verdade eu só quero te perguntar uma coisa: O que diabos você fez até agora?
Não se ofenda, mas eu tenho que te dizer isso: Você passa a mim a impressão de que não vive. Não, não desse jeito, eu sei que vive. Mas piscar, andar e respirar no meu conceito não é o suficiente. Não quando você aparenta fazer essas coisas para um ser, e deixa a certeza de que esse ser não é você.
Dedica a sua vida única e exclusivamente para agradar outra pessoa, se vê obrigada a mudar o que você é e o que costuma fazer para continuar a agradar e chora rios quando não consegue.
Você se reconhece quando se olha no espelho ou a sua forma e a sua aparência te passam despercebidos a você? Te dá gosto viver dessa forma, tendo que se justificar por você e pelos outros? Isso te soa como o quê? Amor não é. Carinho também não. Não é, porque você não recebe nada do que faz em troca, não é recíproco.
Sério, eu me recusaria a isso. Cadê a tua auto piedade? Eu nem pergunto sobre amor próprio e auto estima, porque sei que você desconhece. Não te deram tempo de descobrir o que é isso, te dominaram muito antes. Você acabou conhecendo coisas que eram supostamente muito mais prazerosas antes disso e agora tá aí: quando não está feliz por completo, apanha que nem boi ladrão e não sabe nem ao menos se defender direito.
Desconhece paz interior, e se conhece, não deveria. Porque eu posso afirmar que te enganam. Constantemente.
O escuro te dá medo? Dá, eu sei que sim. Sente medo de te largarem, de virarem as costas e te deixarem ao relento e esse medo acontece porque você sabe que se ficar só, vai ficar sem defesa porque nunca te deixaram andar com as próprias pernas. Não adianta, não vai encontrar segurança em si e você sabe que não.
Talvez agora já seja tarde, ninguém mandou você se acomodar, ninguém mandou você ser imbecil a ponto anular a sua vida para se doar inteiramente a outro alguém, que nem é certeza que será por você.
Infelizmente, ninguém te ensinou que orgulho é algo que se conserva em um frasco em um lugar seguro e não um artefato para ser completamente descartado de sua vida.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

mais importante

As tarefas aumentando, as pendências afiadas cutucando os ombros, a típica afobação de fim de ano, para correr atrás do prejuízo antes que seja tarde.
Essa pressa toda, multiplicada em cem vezes, acaba nos cegando, e deixamos passar um fato importante: o de que estamos passando por cima dos dias, sem notá-los verdadeiramente, sem podermos tirar proveito das coisas que nos acontecem.
Esquecemos de esperar o toque mágico que o fim de ano nos trás, aquele sentimento de carinho pelos dias de um ano que acabou moldando-se a nós e que está a um passo de acabar, a expectativa de dias novos, de incertezas e de surpresas. Das cores e cheiros que pertencem exclusivamente a essa época do ano.
Esquecemos de sentir a vontade de desejos novos, de visões novas.
Final de ano sim, mas não final de vida: Ainda dá tempo de fazer tudo tranquilamente, ainda dá tempo de planejar outra vida, de desenhar sonhos completamente diferentes. Ainda dá para recuperar o brilho nos olhos, para desejar felicidade ao mundo, para tomar coragem, para desejar um abraço. Não é tarde para rever os conceitos, para encontrar coragem ou esperança, nem para respirar bem fundo e criar um meio de recomeçar, mesmo que o ano esteja para acabar.
Não é tarde para correr atrás de nossa felicidade. O que vale é a vontade, e não o tempo.

Pauta para o Tudo de Blog da Capricho: "O ano está acabando, mas ainda dá tempo para..."

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Asas brilhantes

Você tem luz.
Isso, você não leu errado: nesse momento você está irradiando luz, mesmo sem ter consciência disso.
Luz não é coisa só de estrela, de sol ou de lâmpada fria, acesa sobre a sua cabeça para clarear o ambiente.
Sua luz é muito melhor do que isso.
Ela é única e exclusivamente sua, porque ela te ilumina, te guia e faz parte do que você é, fazendo você ser quem é.
Por que a sua luz está tão fraca agora? Por que você está tão inconsciente da presença dela? Você não entende? Sua luz só vai brilhar quando você quiser, ela só vai brilhar se você quiser.
Por que você se segura tanto? Por que impede de deixa-la fluir?
Irradie toda a sua luz nesse exato momento, deixe ela assumir a forma de asas brilhantes, permita-se sentir essa luz agora mesmo e garanta que o dia de hoje tenha o brilho que merece ter, mesmo que já tenha passado da metade, mesmo que já esteja no final. Isso pode garantir a luz de amanhã, de sempre.
Sua luz é vermelha, verde, azul, roxa? Muda de cor com frequência? Sinta! Ela é a sua alma, é seu universo. É você, e quem você é agora, é sua confiança e é quem você pode ser. Ela é o brilho da sua alma refletido nos seus olhos, é a força que eles passam ao mundo.
Apenas acredite na luz que você carrega, e quando isso acontecer, nada vai te segurar, ninguém vai te impedir de rir e nenhum horizonte estará longe demais.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Obs.

Geente, pelo amor

não pensem que eu morri, ou que fui abduzida por saturnianos ensandecidos.
Eu só ando CHEIA de coisas pra fazer, responsabilidades e obrigações.

Mas juuro, não esqueço de ninguém daqui, e volto em breve :D

Por favor, não me esqueçam e nem me deixem.