segunda-feira, 4 de maio de 2009

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BEDROOM_by_fabienbos

Ele prestou atenção no vento que fazia aquele barulho característico, misterioso e meio abafado. Aquele barulho sempre o fascinava, principalmente se ocorresse no início da madrugada, porque os carros já não passavam na rua, porque já não haviam tantos olhos alertas, porque a maioria das vidas estava reclusa em seus aposentos e assim era mais fácil de ouvir. O som era mais claro e puro daquele jeito.
Ouviu mais adiante: os sinos na janela de algum vizinho retiniam, dando um toque alegre ao som do vento. Percebeu a ameaça de chuva entrando pela fresta de janela aberta em forma de frio úmido e ouviu o barulho suave das cortinas pré históricas balançando.
Ouviu mais meia dúzia de coisas e esperou, mas de algum modo sabia que ela não viria. Talvez porque ultimamente ele andasse tão incerto e tão fora de si, desconectado de sua própria cabeça para ficar afastado daquele sentimento de não saber em que caminho andar. Talvez também porque por tantas noites cálidas ela tivesse tentado uma aproximação e ele, fechado e resignado consigo mesmo, não tenha feito questão de notar sua presença, outrora tão desejada e bem vinda. Ou ainda porque em certas noites seu estado catatônico tenha toldado não somente teus olhos, mas também seus sentidos e ele mesmo tentando senti-la, falhara miseravelmente.
Agora com a chuva caindo e esfriando lentamente as paredes do quarto, ele queria que ela aparecesse, buscando algum vestígio dela nos lençóis, ou em algum cantinho escuro, como se ela fosse dessas que deixam algum rastro. Varreu tudo com os olhos, mesmo sabendo que ela não estava lá e nem tampouco apareceria.
A paz naquele instante, naqueles dias, andava visitando outra pessoa e ele esperava sinceramente que essa pessoa a aproveitasse muito bem e desejou poder encontrar seu caminho tão logo, para que assim ele pudesse ir de encontro com a sua paz de espírito novamente.

27 comentários:

ADRIELLE FERNANDES disse...

Adorei seu texto vc é muita profunda no que escreve adoro seu blog...

Elton Alves do Nascimento disse...

Má é um corno mesmo, hsuahsuahsuashua

Brinks, é um dos textos mais cats que você já fez...

Cássia Sena disse...

falhara miseravelmente...


e já era tarde demais!

E bem-feito!


Hahah!

=]

maisriana disse...

O erro também é uma forma de acerto quando se pensa a respeito. Quem sabe com a próxima as coisas não mudem!

Sofia N. disse...

Pensamos muito na vida nesses momentos, mas infelizmente é impossível voltar atrás...

Bjoos

Bianca disse...

São com esses 'cicatrizantes' erros que é construído um ser-humano melhor, e consequente, com mais acertos..
Lindo o texto :)

Anônimo disse...

Aninha que texto maravilhoso, meus parabéns gata, tú a cada dia que passa escreve melhor ein, bjus linda

Daiane Thomé disse...

Digno de poeta!
Demais amiga =)

beijo!

Alessandra Castro disse...

Adorey a profundidade de suas palavras.

Anônimo disse...

Quero ler mais e mais seus texto quero descobrir quem é vc de verdade

Beijos e Um Cheiro para vc!!

http://teoriadopensador.blogspot.com/

Aline disse...

No fundo, no fundo, é o arrependimento que o não deixa em paz!

Mila disse...

Faltou procurar em mais um lugar, dentro de si mesmo !
Texto mto lindo :)
Bjoo'

Jééh ! disse...

Aiin, mexeu com meu intimo, rsrs.
AMEI amiga :D

Parabéns ^^

bejooo!

Késia Maximiano disse...

Simples, sutil... E marcante...

~*Rebeca*~ disse...

Obrigado pelos parabéns. Também piro com as coisas que Rebeca escreve.

Depois da chuva é sempre tarde demais!

Até mais

Jota Cê

Vanessa disse...

Muito bom o texto. Espero que a paz volte a visitar o tal ELE.

(www.pollyok2.zip.net)

Amanda Sobieski disse...

Briigadaa amiigaa !! :)
UHASHUSUHAUHS'
Quee bom néh?!! Assim você será mais uma viciada em vestidos assim como eu !! haaha
Lindo o seu texto !!
Beijos *-*

Bill Falcão disse...

Aninha sempre sabe das coisas! E escreve como poucas!
Sou fã confesso!
Bjoooooooooo!!!!!!!!!

Rafael Sperling disse...

Eu encontro a paz quando planto bananeira, depois de algumas doses de tequila.

Nathália E. disse...

Paz de espírito... Tô precisando.

Beijo.

Marina Guido disse...

adorei, Aninha modeluda!

O texto se encaixa perfeitamente sobre o q penso a respeito dos homens que deixam aquela mulher q tanto o ama, que não percebe a sorte q tem e depois, se arrepende. mas aih pode ser tarde.

BjO!

Patrícia disse...

Tenho medo do vento que uiva pela janela. Ui!

Tammy disse...

Meldes.. adorei o texto você é master profunda com suas palavras, meninê arrazou..
ae quero ser seguidora aque..
como faço??
beeijaaaum

Pinhais Virtual disse...

Olha... um dia, quando eu crescer, quero escrever que nem você!!!

E quando puder: http://mrc9002.blog.com
E agora estamos também em podcast, acesse http://podrir.blogspot.com e confira mais essa novidade!!!

Mayana Carvalho disse...

Incrivel. gosto da profundidade da leitura.

Sorte são aqueles que possuem a paz de espirito.

Beijos, amei;

Bianca disse...

Atualize seu blog, moça!
hahaha

BEIJOS

Daiane Thomé disse...

vc é expert em pegar os sentimentos la do mundo e jogar nesse blog com toda a força q dói até em mim amiga =))

Como sempre, escreve bem!
Bejoooooooo