
Novamente, acordei como se não tivesse parado de pensar por um segundo sequer enquanto dormia, sentindo a mente cansada, e pior: sem encontrar uma saída satisfatória, apenas portas de fuga que não me levavam a lugar nenhum.
Andei por aí mais uma vez, sem rumo, sem conversa, sem sorrir e dessas últimas vezes, sem nem mesmo lembrar.
E os meus passos me diziam que não estava acontecendo nada, enquanto minha consciência pedia baixinho pra eu voltar.
Não era nada, mas eu estava queimando cada carta que antes foi uma jogada tão bem planejada.
Não era nada, e eu rasgava com as mãos crispadas e trêmulas de raiva cada vestígio seu, cada foto que não tiramos era arremessada ao vento.
Não era nada, mas a cada momento de desespero se denunciava um pouco mais, enquanto cada memória sobre você ia assumindo um tom de sépia. Envelhecidas.
Sabia o que era agora, sentia a presença dele, estava encostado no batente da porta, nem de um lado, nem de outro. O desapego observava a minha raiva se esvair em lágrimas, para então me levantar, pegar a minha mão e dizer que era hora de deixar tudo pra trás.