Eu queria saber desenhar, queria voltar a escrever como antes, queria ter mais tempo para poder fazer mais coisas. Dizem que a gente não pode dizer "queria", porque é como se já contássemos que não vamos conseguir fazer ou realizar esses quereres. Como se fosse assumir a derrota.
Então, eu quero mais certeza, quero mais conforto, quero deitar numa rede e de repente pegar no sono. Quero continuar aprendendo, sem parar. Quero continuar pensando para não me tornar uma ameba que vai de um lado para o outro , alheia a todo o resto, levada pela maré de outras amebas. Quero fugir da negatividade e quero me afastar de pessoas que fazem mal a si mesmas e ao mundo, aquelas que enxergam tudo em preto e branco. Quero ser justa, quero estar em paz, quero ter tempo para distrair a minha cabeça com coisas que eu gosto, sem pensar se está bom ou ruim ou se vão gostar... quero só a tinta no papel, fluindo, se agarrando, sem desbotar, sem borrões de lágrimas. Quero até um pouco mais de paciência, mas aí sei que é querer demais. Quero continuar querendo, almejando, desejando. Assim sei que ainda tenho vontade de andar para frente, que vivo e não apenas sobrevivo e querendo assim, vai que um dia eu consigo.
Uma contradição ambulante.
Treze tipos de humor em um único dia.
Uma das maiores características é a de que eu sempre me irrito. Se não tem mais jeito, é certeza que eu vou deixar de lado. Minha maior contradição é que mesmo não tendo mais jeito, incrivelmente, eu nunca consegui me deixar.