EEram duas e pouco da tarde, e eu resolvi tomar um banho.
Não é o que se pode chamar de acontecimento extraordinário, mas o relato tem que começar de algum jeito, não?
Eu tinha muita coisa rondando a minha cabeça, muita coisa que não deveria estar rondando. Então resolvi tomar o raio do banho.
E a música da Joss Stone tocando (certo, cortaram a merda do refrão no meio, os caras conseguem estragar uma música boa ¬¬'), e eu lá, de repente eu lembrei de um certo dia da minha viagem, eu também estava no banho.
A água caía quente e logo depois ligeiramente mais fria, pra em seguida recomeçar a esquentar... não era o que se pode chamar de uma sensação boa, mas eu estava no banho justamente porque era uma das coisas que eu fazia quando me sentia mal.
Pensava em como as coisas são estranhas, em como a vida acaba pregando peças...
Todo o mundo fala que cada minuto tem que ser vivido como o ultimo, e que sempre se deve deixar as pessoas que se ama deixando o seu amor bem claro, porque pode ser a última vez que as vemos.
Eu sempre dei muito valor a essas palavras, o problema é que poucas as vezes foram as que eu coloquei isso em prática.
Não que fosse tarde, eu só estava a quilometros de distância das pessoas que mais me importavam, praticamente do outro lado do mundo, com um monte de terra desconhecida e água nos separando. Confesso que a maioria do tempo eu tentava manter a minha cabeça distraída com alguma coisa, de preferência que não me lembrasse de ninguém.
Fazia isso pra não pirar, porque me doía a falta que aquelas pessoas me faziam.
Concluí que a saudade do outro lado do mundo é diferente da que sentimos aqui.
Lá ela também é inconveniente e surge com apenas um olhar para uma coisa, uma pessoa ou uma ação que lembra alguém, mas quando você está aqui, você sabe que a pessoa está vivendo a vida dela, está sorrindo e andando, ou talvez até mesmo em casa, mas sabe, tem a certeza de que ela está debaixo do mesmo céu que você.
Onde eu estava, naquele momento, eu não sabia se determinada pessoa estava feliz ou triste, se lembrava de mim ou se estava ocupada demais pra isso, a comunicação era bem mais complicada, as horas não eram as mesmas, as vidas pareciam tão distantes...
"Falta pouco agora, e você não tem notícias de alguém que morreu por sentir saudade..." a voz na minha cabeça, aquela que sempre me ajudava dizia incessantemente, e a palavra saudade continuava reboando na minha cabeça quando eu sorri e deixei a sensação se apossar de mim.
Aquela sensação que eu havia me acostumado a sentir e que na maioria das vezes tinha sido minha amiga, que apesar de ser um pouco incômoda, era aceitável e chegava até mesmo a ser bonita.
E então eu desliguei o chuveiro e ainda sorrindo, eu tive a certeza de que voltaria a mesma, mas muito diferente. E naquele momento eu lembrei que em breve eu estaria em casa.
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Há 3 meses
2 comentários:
NUm tenho nem o que fala dessas obras primas...só que eu quero o primeiro exemplar autografado quando você escrever um livro eim!!!
Beijão...te adoro demais!!!!
Anaaa! (:
é a Naty do Lúh (:
tá, eu não sou dele, mas finge que eu sou né... Tadinho :DD
Faz um tempo que eu descobri esse seu lugar de escrivinhar, vi lá no blog do Lú e tal (sempre ele --')
mas só hoje resolvi comentar :/
sei lá, preguiça num misto com a falta de coragem, mas enfim cá estou eu comentando.
Adorei esse seu texto!
Você escreve super bem! Só investir (y)
ganhou uma leitora assídua hohoho (:
beeeijo Ana!
:*
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