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Abriu a porta violentamente, o vento a ajudou nessa tarefa.
Não havia problemas. A uma hora dessas ele estaria em seu quarto dormindo como um anjo, como ela já havia visto tantas vezes.
A chuva caía e não parecia ter vontade de parar, e o vento praticamente gritava.
escolhera uma noite de tempestade justamente porque o conhecia, sabia que ele dormia sem preocupações quando ouvia o barulho da tempestade.
Encostou na porta agora fechada, respirando profundamente. Estava molhada até os ossos. Escorregou alguns centímetros enquanto guardava a chave reserva da casa em sua bolsa.
Seria mais difícil do que ela imaginava. Mas sua determinação estava clara: iria até o fim.
Abaixou o capuz no momento em que um relâmpago cortava o céu na vidraça da frente. O lampejo revelou uma garota pálida de cabelos ruivos cacheados, que lhe caíam até o meio das costas, agora molhados.
Era jovem, e em seus olhos azuis angelicais, parecia haver um brilho demoníaco.
Respirou com força mais uma vez. Tirou o casaco que pesava sobre seus ombros, mais pesado do que de costume por causa da água.
Se encaminhou para as escadas da casa depois de revirar um dos bolsos do casaco, que agora jazia disforme no chão. Subiu pé ante pé, desviando dos pontos que ela sabia que rangiam, só por precaução.
Dois anos eram suficientes para ela conhecer cada canto daquela casa, até mesmo para andar no escuro, como ela fazia no momento. Era fácil, considerando que o número de raios aumentava cada vez mais, e que a casa era cheia de janelas.
Milhões de cenas invadiam sua cabeça a cada passo, milhares de momentos passados, e por fim terminados, depois de dois longos anos.
Era por culpa dela, dizia ele, que as coisas não podiam andar. Mas ela sabia que devia haver uma outra coisa, um outro motivo. E era por isso que estava lá naquela noite.
As lembranças ainda não haviam parado de circular pela sua mente quando ela encostou sua mão enluvada na maçaneta da porta e a girou.
Sentiu a presença dele no aposento, antes mesmo de ve-lo deitado em sua cama, o corpo perfeitamente desenhado embaixo do lençol.
Outro relâmpago cortou o céu, e um trovão ensurdecedor invadiu o quarto. Ele se mexeu tranquilamente.
Ela sorriu meigamente, sua cara de anjo perdeu por breves instantes os traços malignos que continham naquela madrugada.
Ela olhou para os lados furiosamente, os cabelos espirrando água, procurando febrilmente pela outra mulher. Mas não havia ninguém, ninguém.
Palavras ecoavam em sua mente. Era a voz dele que dizia "há uma outra pessoa". Ou seria a voz dela?
Apertou o objeto em sua mão com mais força, e se encaminhou em direção a cama, onde ele começava a ressonar.
Sentou-se ao lado dele e admirou o seu rosto de perfil.
Tinha que prosseguir agora, não podia mudar o final dessa história, eles já haviam decidido assim.
Olhou para suas mãos e respirou profundamente mais uma vez.
Tomou coragem e colocou no peito dele com um pouco mais de força do que pretendia.
"Se eu continuasse com isso, eu enlouqueceria. Cuide bem dela." ela sussurrou no ouvido dele.
Levantou-se, e saindo devagar para não acordá-lo, deixou os dois sozinhos no quarto.
Ele e a aliança que um dia tinha pertencido a ela.
[beautiful day- u2]
ps: Valeo pela ajuda Erik...
adoroteeee ^^
Teremos um final alternativooo???
:**
" Olá!
Venho através desta agradecer tudo o que você fez por mim.
Toda a sua preocupação em não se demonstrar preocupado foi a coisa mais linda que alguém poderia fazer por mim.
E já que você tem demonstrado estar preocupado comigo depois de tudo o que aconteceu entre nós, eu te direi que eu tenho conseguido andar com meus próprios pés, te direi que consigo até mesmo sorrir.
Eu aprendi a ver o quanto você me fez bem, o quanto me ensinou. Você me ensinou a ser forte, a dizer o que penso, me ensinou a ser espontânea.
Os dias que passamos juntos foram os melhores que eu já vivi em toda a minha vida.
Eu nunca sorri tanto como sorri ao seu lado. Nenhuma pessoa nunca me fez tão feliz, nem nunca me fizeram me sentir tão linda como você me fez.
Eu fecho os olhos e posso sentir o seu cheio, abro a minha mente e posso ouvir a sua voz ecoar por toda a minha cabeça, fazendo o meu coração estremecer.
Me lembro de como você me orientava docemente, de como pegava a minha mão e me conduzia pelo caminho certo quando eu errava.
Todas as coisas que você sentia por mim e não falava. Eu posso senti-las.
Mas as coisas boas parecem sempre chegar ao fim, como o nosso relacionamento não podia ser diferente.
As coisas pareceram conspirar contra nós. Ou foi a sua falta de vontade mesmo.
Você se foi. E desde que você se foi o meu mundo está em pedaços.
Desde que você se foi eu não enxergo o mundo como ele deve ser.
As cores da minha vida sumiram.
Desde que você se foi eu tenho que procurar os pedaços do meu coração espalhados por aí.
Mas você me ensinou diversas coisas, e eu só tenho a te agradecer por isso.
E dentre todas as coisas que aprendi com você,
tenho que te agradecer por uma em especial
você me ensinou a mentir. E mentir foi o que eu mais fiz escrevendo essa carta.
As pessoas se comportam estranhamente quando estão apaixonadas.
Também pelo fato de se olharem com olhinhos de peixe morto, e se comportarem como verdadeiras crianças (esse comportamento eu não abomino, não), e se manterem vigilantes a cada nova pessoa que aparece da vida do amado (a). Isso é praticamente normal se tratando de amor.
Acho estranho a maneira como tratam o tempo.
Também não é a mania de contar os dias e as horas que passam juntos, e não os momentos. Isso também já é clichê.
É a forma como os apaixonados tratam as coisas: como se elas não fossem acabar.
Um tal de "te amo eternamente", "nós dois pra sempre juntos", "eu nunca vou te deixar"... e todo um blablablá sobre um suposto amor que supostamente vai durar pra sempre, mas não vai.
O amor eterno dura dois dias.
O nunca vou te deixar vira eu te deixei no instante seguinte que disse isso.
Todas as frases praticamente enfáticas e excitantes viram lixo alguns dias depois.
Tudo o que se disse se perde no ar, fica na lembrança, no máximo.
não é uma campanha de estrague a sua vida: beba, fume e não ligue pro amor dos outros. É, na verdade, a realidade sobre como as coisas funcionam. Amor não se cria de um dia para o outro, amor se constrói com um cimento que se chama tempo.
É também uma forma de rever os conceitos sobre dizer "eu te amo", não importa com qual advérbio de tempo longamente futuro na frente, hoje em dia se dá bom dia para a mãe, e se diz "te amo" pro padeiro.
Se trata de uma ligeira confusão se sentimentos também.Uma ligeira confusão ente amor e paixão. Amor acontece com o tempo, quando você sabe que aquela pessoa é bonita por dentro, quando você sente vontade de dizer coisas bonitas a essa pessoa, mesmo não vendo como. Paixão acontece com mais intensidade, com mais loucura, dá vontade de falar que vai amar pra sempre.
Mas não funciona assim.
Paixão vai embora do mesmo jeito que vem. Amor fica durante tempos. Paixão desiste, o amor vai adiante, criando esperanças sabe-se de onde.
Paixão é te amo eternamente, e vc não tem defeitos.
Amor é te amo incondicionalmente, apesar de vc ter defeitos.
Diga te amo quando tiver certeza. SIM! Não dói se expressar, as pessoas se sentem bem com isso.
Mas olhe bem para quem dirá, diga pra quem realmente te importa.
E tente não colocar até quando depois da frase. Ela já é linda do jeito que é.
= surto psicótico
[ouvindo Yellowcard - Believe.]