sábado, 7 de agosto de 2010

Invisíveis

As vezes tudo fica no modo inverso, e eu sinto como se eu tivesse andado de ré por todo esse tempo, ao invés de como qualquer ser humano normal, andar andar para frente.
Eu sinto medo, sinto raiva, impaciência, as vezes chego até a sentir umas pontadas de ódio. Não gosto de ódio, nunca gostei. Tem gosto de sangue.
Só que as vezes ele vem e parece que eu tomei um soco na boca. Eu fico procurando o autor invisível e inexistente da agressão, olhando para cada um que passa do meu lado como se tivesse sido ele, com o semblante bem fechado, como que convidando o infeliz a voltar a repetir a grosseria.
Mas nenhum deles me agrediu, sequer deve ter notado a minha presença no recinto. Apesar de ter essa consciência, eu gostaria de encontrar alguém pra poder culpar, mas eu não encontro, inferno!
Ninguém, além de mim mesma, é culpado pelas coisas que estão fora do lugar no momento, só que não é fácil assumir a culpa, é mais fácil jogar em outra pessoa.
Principalmente quando as minhas mãos parecem atadas com arame farpado e meus pés parecem afundados a uns bons vinte e dois centímetros no cimento.
Eu preciso colocar na minha cabeça de vento que ninguém, nin-guém é culpado pela situação que eu estou, ou na que eu vou me enfiar, sequer na que eu penso. Nem mesmo as circunstâncias. Ok, as circunstâncias podem ser culpadas, eu nem sei direito o que isso quer dizer, mas soa bonito falar.
Talvez e eu detesto ter que admitir, quando eu reconhecer que eu é que causo essas coisas em mim mesma é que eu vou saber me direcionar melhor ao invés de ficar procurando agressores que nem sequer agridem.

Minhas desculpas a quem eu tenho tentado colocar a culpa.