sábado, 30 de agosto de 2008

Piratas modernos


Século 21, era digital, mp4, mp5, fones no ouvido quando temos oportunidade... Era de se esperar que a qualquer momento alguém inventasse de colocar as músicas do artista favorito para que todos ouvissem e comprassem seus CD's.
Pode ter funcionado dessa forma no começo, mas a coisa foi descambando. Não que seja muito surpreendente: com os preços de CD's e DVD's cada dia mais absurdos e em contrapartida a internet banda larga cada dia mais acessível, é óbvio que todos vão optar pelo recurso mais vantajoso.
Não é correto, e todo mundo sabe. Mas quem nunca sentiu dó de comprar aquela raridade, com o preço lá nas alturas, sabendo que quando chegar em casa, pode ter acesso a ela com apenas alguns cliques? Eu faço, o meu vizinho faz, você faz, não adianta querer dar uma de correto. Se você não tem como baixar, pede pro seu amigo, e por aí vai.
Pirataria é crime? Sim, quando a pessoa usa do trabalho dos outros para lucrar. Nós só queremos ouvir música, muitas que nem chegam ao nosso país, por não terem caído no gosto do povão. Proibir não é solução, já que na internet se fecha um link em um minuto e no outro já apareceram outros cinco.
E se mesmo assim resolverem capturar os "baixadores de música da internet", prevejo uma nação engaiolada.

Pauta para o Tudo de Blog da Capricho: "Baixar filmes e cd's na internet deve ser proibido?"

domingo, 24 de agosto de 2008

De circunstâncias.



Ontem eu comecei a entender o que eu sentia.
Sinto dizer que hoje não entendo mais nada.
Não é culpa minha, já que estou presa em uma trama de reviravoltas: hoje está bem, amanhã é um outro dia e tudo pode mudar. E também não te culpo. Você faz parte dessa trama assim como eu.
Só não posso deixar de acreditar que se estamos em algo assim, é porque juntos nos metemos nessa, por nos deixarmos ser conduzidos pelos nossos jogos, por chegarmos em um canto. Por nos deixarmos envolver, apesar da consciência de que é só isso. O que quero dizer é que nem eu nem você temos culpa, mas ambos somos culpados.
Eu só queria te dizer que quando eu acho que poderíamos ser imbatíveis juntos, eu digo com toda a minha certeza, mesmo que cinco minutos depois toda essa história mude e recomece de um jeito diferente.

domingo, 17 de agosto de 2008

Sobre o leite derramado

Quantas vezes fazemos alguma coisa e pouco tempo depois nos sentimos arrependidos?
Nos arrependemos de dizer o que não deveríamos, de não podermos voltar atrás e fazer de outro jeito, de não termos falado, de ficarmos assistindo a vida passar, boquiabertos, quando deveríamos estar vivendo e só depois vamos perceber o tempo que perdemos parados.
Não que o arrependimento seja ruim, em certos casos, ele serve para nos mostrar que mudamos, crescemos e que cada decisão futura poderá ser melhor que as passadas.
Mas por muitas vezes, não é assim que encaramos o arrependimento. Nos preocupamos mais em nos torturar com nossas escolhas do passado, em nos xingarmos por termos sido inconsequentes e por termos feito ontem o contrário do que faríamos hoje.
Gastamos muito tempo exigindo demais de nós mesmos, choramingando sobre o leite derramado, esperando que ele magicamente volte para a garrafa. Perdemos tempo chorando, tempo que poderíamos estar sorrindo, reclamando por algo que de qualquer forma já foi feito, e por pior que seja, não tem condições de ser desfeito.
O que nunca paramos para pensar, é que se não tivéssemos feito de um jeito, teríamos feito de outro e teríamos achado um jeito de nos criticar.
Nem sempre acertamos, e quanto antes aceitarmos isso, mais cedo seremos felizes com o que somos de verdade, aceitando as escolhas que fazemos, aceitando que elas fazem parte de nós, assim como os nossos erros.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Sem rédeas


A independência está em mim, presente no meu dia a partir do momento que eu abro os olhos. As vezes eu não a noto, porque ela acaba perdendo um pouco do seu sentido quando aparecem situações que necessitam ser compartilhadas, mas sei que todos os dias quando eu acordo, ela me dá a oportunidade de escolher quem eu serei, e nunca reclama das minhas decisões.
Eu não dependo de ninguém para escolher se serei doce, se vou de dourado, sou livre para rir alto quando estou me sentindo bem e para dizer quando algo não me agrada, sem medo.
Sou independente pra sentir a liberdade, quando ela resolve aparecer: decidir o que eu quero pra minha vida em três minutos, montar e desmontar planos como se fossem peças de um brinquedo, ouvir o mar, cantar a minha música ou fechar o guarda-chuva e sentir a chuva forte.
Mais do que isso, não preciso de ninguém para escolher o meu caminho nem para mudar quantas vezes eu considerar necessário, sem sentir um pingo de arrependimento por isso.
Minha independência consisteem saber que a minha vida está em minhas mãos e que eu sou inteiramente responsável pelas minhas escolhas e pelos meus erros, quando os faço. E mais do que isso, consiste na consciência de que por muitas vezes nesses caminhos que eu escolhi por conta própria, eu vou precisar das pessoas, vou descobrir que precisarei de algumas para viver, e dependerei de outras para sobreviver.

Texto para a seção Tudo de Blog da Capricho - "o que é independência para você?"

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

juntos e sozinhos


Quanto àquela velha história... eu detesto ter que dizer, mas o tempo é quem vai cuidar disso agora. Não crio muitas expectativas, já que você tem a mesma mania cretina que eu, a de esperar as pessoas virem até você. Não posso falar que é uma mania sem fundamento e de extremo orgulho, porque eu automaticamente estaria me criticando. Mas enquanto eu vou para um lugar, você está indo para outro, não muito diferente, mas ao mesmo tempo distante. E sobre a distância, até onde eu posso imaginar, ela vai aumentar bastante, já que eu por enquanto estou procurando meu rumo e não vou voltar pra casa tão cedo. Agora é manter aquela pontinha pequena de vontade quase apagada, fraquinha mesmo, de que você sinta a minha falta, de que tenha medo de que eu mude demais e me torne uma estranha aos seus olhos. Aquela vontade de que você se sinta mal por não ter falado, por ter escolhido errado,que sinta falta dos meus conselhos, da minha presença... Se sentir metade do que eu cheguei a sentir certas noites escuras, enquanto notava que eu deveria fazer algo, enquanto me dava conta de que não deveria estar pensando nisso novamente, enquanto eu me odiava por estar apenas me movendo em círculos, enquanto estava observando o movimento com os olhos parados e a mente longe da realidade, vendo cenas que nunca me pertenceram. Se sentir metade do que eu senti naquelas horas, eu já me darei por satisfeita. Pode dizer que eu espero pouco disso, mas eu não posso exigir mais de algo que precisa ser renovado, algo que já tenha me surpreendido por durar tanto tempo, muito mais do que eu imaginei que fosse resistir e que mesmo assim, seja incerto e com histórias tão irritantemente atraentes.